A lingerie passou por diversas modificações , de acordo com os momentos históricos, sociais e comportamentais. A peça que surgi como vestimenta para cobrir o corpo por pudor, se tornou um elemento fundamental para a mulher sensual contemporânea.
Segundo a professora de moda Débora Caramaschi, o primeiro registro de preocupação da mulher em cobrir os seios acontece entre os séculos 3 e 4 antes de Cristo. Na foto acima, Helena de Tróia usa uma túnica em 1.100 a.C.
Na Idade Média, entre os séculos 5 e 15, surgiu uma túnica com cordões, segundo Valeska Nakad. Também existia um corpete que era amarrado nas laterais ou nas costas e costurado à saia, chamado de Bliaud. Ainda havia o soquerie, uma cota muito justa conhecida como guarda-corpo.
Entre os séculos 15 e 16, houve a valorização do ventre, de acordo com a professora de história da moda da Universidade Santa Marcelina, Miti Shitara. "As mulheres usavam bandagem para achatar os seios e enchimento no ventre." disse ela. Até então, elas usavam uma túnica de alças por baixo das roupas e não havia calcinha.
O espartilho se espalhou pela Europa no século 16, segundo Miti Shitara. "Acintura ideal na época era de 40 cm a 45 cm de diâmentro", disse ela. A rainha Elizabeth usou o traje em 1580.
Até 1820, as mulheres usavam vestidos com amarração de crinolina, no entanto, esta armação começou a ser feita de metal. Segundo Miti, a saia já não ficava tão maleável e as mulheres precisavam levantá-la para passar por determinados lugares, quando apareciam as pernas. Por conta disso, elas adotaram o uso das calças masculinas.
As calças usadas a partir de 1820 iam até o tornozelo, eram amarradas sob o corset. A vestimenta tinha uma fenda entre as pernas para facilitar quando a mulher fosse ao banheiro, segundo Débora Caramaschi. "A calça podia durar de três semanas a três meses", disse ela.
Em 1908, o estilista francês Pul Poiret propôs o fim do uso dos corsets e destacou a importância do conforto.
"O sutiã existia como um bustiê que dividia os seios desde o século 20, mas só foi patenteado em 1914 pela norte-americana Mary Phelps", afirmou Miti Shitara.
Com a primeira guerra mundial (1914-1918), a mulher trocou os vestidos pesados por roupas mais simples e confortáveis. Foi a primeira vez em que elas mostravam as pernas, com isso, a calça se transformou em bermuda.
Na década de 20, as mulheres substituíram o espartilho por uma espécie de camisola com alças. Para cobrir a genitália, usavam a calça curta, que já havia perdido a fenda entre as pernas.
Entre as décadas de 1940 e 1950, o sutiã ficou mais anatômico e ganhou o bojo, segundo Miti Shitara.
As calcinhas da década de 1950 eram como o modelo atualmente conhecido como calçolas, usadas pelo público da terceira idade.
Em 1970, a cultura de corpos torneados colocou a exibição do corpo em foco. As lingeries se tornaram trajes para serem mostrados.
A lingerie feminina começou, em 1950, a acompanhar a moda de roupas de banho, segundo Miti, e ao longo dos anos ficou cada vez mais ousada.
Em meados da década de 1970, surgiu o modelo tanga, inspirado na moda "beach wear", afirmou Miti Shitara.
Em 1980 surgiu a calcinha fio dental, segundo Miti. Daí por diante o guarda-roupas de peças íntimas da mulher só ganhou variedade de modelos, com tamanhos e cores diferentes.
Fonte: Terra
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